Hoje acordei,
Como se minha mãe tivesse morrido.
Me senti tão solitária,
Como se ainda quisesse um marido.
Estou tentando dançar um pouco,
Mesmo sem ter aprendido.
Cantando,
Como se nunca tivesse sofrido.
Chorando,
Como se meu mundo eu tivesse perdido.
Lutando e resistindo,
Como se eu tivesse um inimigo.
Me pego brigando demais comigo.
Na alma, sinto frio,
Como se eu não tivesse um abrigo.
Sinto falta da proximidade de um amigo,
Que só me abrace e não se sinta ferido.
E que em mim, encontre um abrigo.
E quando o sol estiver se escondido,
Ou a lua ainda não tenha aparecido,
Quando o frio da ventania,
Parece cortar minha pele fria,
Seu abraço eu queria.
Talvez você me falaria
Que o “se” não deveria ter existido,
Que minhas crises de ansiedade você teria entendido.
E que elas têm sentido.
Que você saberia esperar
Eu desejar te chamar de querido.
Vivendo o hoje,
Se você comigo estivesse,
Sei que não ficaria toda hora querendo saber
Se eu te amava ou não,
Porque você sentiria.
Você me deixaria lhe contar
Um segredo no seu ouvido,
Que você quisesse saber de mim,
Como se nunca tivesse me conhecido?
Será que poderia me desejar,
Como se eu nunca o tivesse escolhido?
Será que você entenderia minhas noites de insônia?
Será que ficaria comigo,
Até eu ter adormecido?
Será que me acordaria com alegria,
Ao ponto de eu desejar viver mais um dia?