Por quê tentou me segurar,
Quando eu só queria voar?
Por quê não me deixou ir,
Como se eu não pudesse fugir?
Por quê condenou minha simplicidade,
Quando eu só queria viver minha mocidade?
Nunca lhe ocorreu que casei muito jovem?
Que eu não tinha que obedecer ordem?
Porque eu também não era uma criança?
Por quê queria que eu fosse diferente?
Por quê me comparava com pessoas que eu nem admirava?
Por quê não fui para você, suficiente?
Não gostei das versões de mim,
Que fui adquirindo para te ver sorrindo.
Não quero mais me lembrar de tudo que já fiz,
Para tentar te fazer feliz.
Porque deixei você fazer isso comigo?
Deixei você tentar me modificar,
Para o que era para você convencional.
Quando eu só esperava que me admirasse,
E me achasse legal e normal?
Por quê deixei você fazer comigo,
O que não se faz com um amigo?
Porque me enterrei numa relação sufocante,
Até eu me esquecer de como eu era antes?
Quando eu só queria esperar que me enxergasse,
Me admirasse por qualquer coisa,
E não me abandonasse?
Deixei você fazer comigo,
O que eu não teria conhecido,
E as feridas teriam sido menores,
Se eu tivesse fugido.
Antes de não ter mais vontade de voltar para casa,
Porque me abandonou como uma brasa,
Que se chuta para o lado,
Porque não se precisa mais dela.