Aqui e acolá, um retrato.
Um velho prato.
Uma panela que à infância me remete.
Fotos de história que se repete.
Lembranças de minha infância,
sem nenhuma ganância.
Um crochê aqui e ali,
e uma foto de alguém,
que já não mais sorri.
Uma peça de louça, um forro de pano,
que ainda me lembra um engano.
Pedacinhos da vida de cada filho,
um prato esmaltado, onde eu comia curau de milho.
Bules, chaleiras e leiteiras,
que me lembram sonhos e mentiras verdadeiras.
Tapetes onde pisei há muitos anos,
e quadros que presenciaram muitos de meus enganos.
Músicas em LP’s,
Que me lembram ainda do que eu queria ser.
Retalhos,
que me remetem aos meus atalhos.
Pedacinhos de mim,
em inúmeros detalhes,
sentimentos que não se dão fim.
Detalhes do que descobri só quando virei adulta,
e livros antigos que me deixaram um pouco mais culta.
Na parede, uma coleção de chaveiros.
Cada um traz uma história no tempo,
Cada um com seu intento.
Crochês variados pela casa,
Um pedacinho dela em cada canto,
Momentos que viveu de desencanto.
Linhas de todas as cores,
Que refletem também seus amores.
Crochê feito ao longo dos anos,
Ponto a ponto,
Com carinho e criatividade, e pronto.
Quase que nos contam seus dias,
Nas mãos abençoadas de uma mãe.
Uma resposta
Lendo sua poesia eu revisitei a casa da minha mãe, a cada estrofe as sensações vão envolvendo a gente em um clima de aconchego. Linda sua poesia! Parabéns, obrigada por compartilhar conosco suas criações!